terça-feira, 26 de março de 2013

Dúvidas impedem projeções sobre novas regras para a área de mineração


Ainda sem definições sobre metodologias de cálculo e a forma como será a cobrança de impostos para a produção de minério existente e quanto ao que será produzido no futuro, a discussão sobre o marco regulatório do setor de mineração ainda tem muitos pontos onde o tema não vai além de projeções sobre o que poderá acontecer.
As grandes empresas do setor, caso da Vale, CSN e MMX, preferem no momento não comentar o assunto. Procurada, a direção do Instituto Aço Brasil também optou por não opinar sobre o tema. As previsões ficam mesmo por conta dos analistas. Alguns, como Pedro Galdi, da SLW Corretora, acham que o aumento na cobrança de royalties para o setor virá antes mesmo da criação da Agência Nacional de Mineração.
Divulgação
Indefinição sobre a forma de cobrança de imposto para a produção de minério no país preocupa mercado
“O que se espera é que a mudança na cobrança dos royalties virá antes mesmo da criação da Agência Nacional de Mineração, ou seja, será anunciada uma medida provisória onde os royalties serão elevados de 2% sobre o faturamento líquido para 4% sobre o faturamento bruto. Junto virá um novo imposto sobre pelotas, que antes não era cobrado do setor”, comenta o analista. Ainda segundo ele, o grande temor das empresas do setor é a inclusão de uma nova compensação financeira a ser paga pelas grandes reservas.
“Mas ainda não há clareza sobre este tema. Hoje é cobrada do setor de petróleo uma taxa de participação especial, mas que não deve ser tão elevada e tende a ser direcionada a projetos ainda em criação. O governo tem sinalizado há algum tempo a criação da Agência Nacional de Mineração e com ela novos conceitos de cobrança de royalties. Esta medida seria lançada no ano passado, mas decorrente de preocupações do governo com o fraco crescimento da economia brasileira buscou interferir em outros temas, como a redução dos juros, dos spreads bancários, da redução da tarifa elétrica, entre outras medidas”, acrescentou.
Relatório da Goldman, Sachs & Co. aponta que a discussão sobre a possível criação de um Imposto de Participação Especial para a indústria de mineração está no radar dos investidores, uma vez que, relata o documento, este não é um tipo de imposto comum na indústria de mineração em outros países do mundo.
Pela análise da Goldman Sachs algumas questões sobre as mudanças para o setor ainda não foram respondidas, entre elas a metodologia de cálculo do imposto e se este imposto terá impacto sobre a produção existente ou na produção ainda em desenvolvimento.
O documento segue mostrando que há “diferenças significativas entre a mineradora brasileira e as indústrias de petróleo e gás,”o que, avaliam os analistas do Goldman Sachs, poderia ser considerado pelos órgãos reguladores durante o processo de decisão sobre as novas regras. Na análise do Goldman Sachs, a diferença mais visível, na comparação do setor de mineração com o de petróleo é que a concorrência no setor de petróleo e gás no Brasil tem na Petrobras um virtual monopólio do setor, enquanto as mineradoras vivem “dura competição a nível mundial”.
Outro ponto destacado pelo documento é que os preços dos combustíveis são definidos pelo governo brasileiro, enquanto os preços para a mineração são definidos globalmente,com base na oferta e procura.
Para uma fonte próxima do setor, a aprovação na mudança dos royalties e a criação de um imposto de participação especial deverão ser mesmo postos em prática por meio de decreto ou medida provisória. O que, na avaliação do especialista, acontecerá ainda esse ano. Para ele, a taxa será aplicada em grandes projetos com alto potencial de produção de minério de ferro.
Fonte: http://economia.ig.com.br/empresas/industria/2013-03-26/duvidas-impedem-projecoes-sobre-novas-regras-para-a-area-de-mineracao.html

domingo, 24 de março de 2013

Estilo centralizador de Dilma inibe realização de investimentos


Ao mesmo tempo em que apela para o chamado "espírito animal" dos empresários para estimular investimentos privados, a presidente Dilma Rousseff adota, no governo federal, um estilo hiperativo e centralizador que inibe a realização desses mesmos investimentos.
O código de mineração é o melhor exemplo: desde 2008, quando a presidente ocupava a Casa Civil, o governo discute uma modernização do marco regulatório do setor, que vai elevar a cobrança de royalties das mineradoras.
Por não dispor de arcabouço legal, o Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM) evita conceder licenças de pesquisa, o que virtualmente paralisou a área e os investimentos.
Desde sua chegada ao Palácio do Planalto, Dilma exige revisões no texto do código. Na semana passada, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, informou que a presidente queria encaminhar ao Congresso, ainda neste mês, as novas regras. A agenda, porém, mostra que dificilmente isso vai acontecer, por causa da viagem de Dilma para a cúpula dos Brics, na África do Sul. A centralização, no governo Dilma, significa que todo assunto importante passa por suas mãos.
A presidente Dilma Rousseff adota, no governo federal, um estilo hiperativo e centralizador que inibe a realização desses mesmos investimentos (Foto: Agência Brasil)
A presidente Dilma Rousseff adota, no governo federal, um estilo hiperativo e centralizador que inibe a realização desses mesmos investimentos (Foto: Agência Brasil)

Pacotes
A hiperatividade pode ser vista na lista de 15 pacotes de estímulo à economia já anunciados. A conta vai continuar aumentando, uma vez que o governo tem em gestação pelo menos mais um pacote, com medidas de cortes de impostos para o setor de transportes e planos de saúde, como o Estado revelou na semana passada.
Apesar de todas essas iniciativas, a economia desacelerou nos dois primeiros anos de mandato de Dilma, e ainda não há dados que apontem uma retomada consistente.
Enquanto o governo lançava pacotes sucessivamente, a taxa de investimento na economia mergulhava. Em reuniões com empresários, Dilma e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, têm ouvido que o excesso de ação do governo na economia não é necessariamente positivo - inseguros com o ritmo da economia e com anúncios de tantas mudanças, os empresários esperam um cenário mais tranquilo para voltar a investir.
Inovação
O hiperativismo na economia seria ainda maior se o governo não dependesse tanto das decisões da presidente. O pacote mais recente, para estimular a inovação industrial, ficou cinco meses na cozinha do Planalto. Ele já estava pronto dois meses antes do lançamento, mas enquanto Dilma não checasse, ponto por ponto, ele ficou engavetado.
A mesma coisa ocorre com o pacote de estímulos ao setor sucroalcooleiro, que ainda passa pelo crivo presidencial. Desde meados do ano passado, quando o governo passou a preparar um reajuste nos preços da gasolina e do diesel, que veio somente em janeiro deste ano, um pacote para as usinas foi produzido para contrabalançar o aumento dos demais combustíveis.
A forte redução do PIS/Cofins e a desoneração da folha de pagamentos dos usineiros já teve o sinal verde do Ministério da Fazenda, mas não de Dilma, que deve decidir sobre o assunto apenas no fim do mês que vem.

Fonte: http://www.diariodolitoral.com.br/conteudo/8081-estilo-centralizador-de-dilma-inibe-realizacao-de-investimentos

terça-feira, 19 de março de 2013

Dilma receberá código de mineração até final de março--ministra


BRASÍLIA, 19 Mar (Reuters) - O texto do novo código que vai regulamentar o setor de mineração deverá ser entregue para a presidente Dilma Rousseff até o final de março, disse nesta terça-feira a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

"Ela tinha nos dado o prazo de março e vamos fazer de tudo para terminar", disse a ministra, que participa de um encontro com empresários brasileiros e norte-americanos no Itamaraty, em Brasília.

Além da Casa Civil, o Ministério de Minas e Energia também participa da elaboração do novo marco do setor.

"Estamos pegando ainda informações, fazendo simulações de valores", disse Gleisi.

O novo marco regulatório deve trazer mudanças como aumento da alíquota dos royalties do setor de mineração e aumento das exigências para a concessão de novas lavras.

O governo quer, por exemplo, estabelecer prazos para que as empresas comecem a pesquisa e a exploração de novas jazidas.

Gleisi deixou, no entanto, aberta a possibilidade de que o prazo de março não seja cumprido.

"Pode ser que a gente não consiga, porque envolve vários aspectos, mas é nosso objetivo", disse.

(Reportagem de Leonardo Goy)