sexta-feira, 27 de novembro de 2015

MANIFESTO CONTRA O SUCATEAMENTO DO DNPM E APOIO À CRIAÇÃO DA AGÊNCIA REGULADORA DO SETOR MINERAL BRASILEIRO

Nós, servidores do Departamento Nacional de Produção Mineral de São Paulo, nos posicionamos CONTRA as recorrentes manifestações de menosprezo que o órgão vem sofrendo por parte do Governo, a despeito dos alertas do corpo profissional da Autarquia sobre o sucateamento da instituição.  
Para ilustrar a situação de caos que impera em boa parte das Superintendências do DNPM e até mesmo em sua sede, citamos os seguintes exemplos:
- o repasse da arrecadação da CFEM tem sido de cerca de menos de 10% do índice definido legalmente. Entre 2009 e 2014 foram repassados 0,8%, quando a determinação legal seria de 9,8%.
- a redução orçamentária, cada vez mais grave ao longo dos últimos anos, teve seu ápice no período 2014/2015 – em 2015 foram repassados apenas 13,2% do previsto na Lei Orçamentária. Isso ocasionou rescisões contratuais com prestadores de serviço, em especial de mão-de-obra terceirizada – limpeza, vigilância, apoio administrativo, gerando enormes problemas operacionais, além de gargalos e sérios atrasos nas análises processuais e no atendimento aos cidadãos. Some-se a isso a falta recursos para pagamento de despesas fixas como água, luz, telefone, combustível e manutenção de viaturas, essenciais à realização da atividade-fim.
- não bastasse a deficiência qualitativa que vem sendo fermentada, devido à falta de investimento em capacitação e treinamento, o quadro de servidores apresenta grande deficiência quantitativa, como o escape de pessoas, desde os recém-ingressados, até os aposentados, com uma taxa de evasão de 21%, contra os 7% médios da Administração Pública. Esse fato, somado a não realização de concursos públicos (dois únicos realizados em 2006 e 2010), torna a situação bastante calamitosa e sobre-humana. Segundo apontamentos, para exercer suas atividades, o órgão deveria preencher aproximadamente 800 cargos vagos. No entanto, o que se espera para o futuro é, ao contrário, a aposentadoria de 40% dos já insuficientes servidores.
- as atividades de mineração são regidas por um Código de Mineração obsoleto e remendado, cuja versão original data da década de 60, a despeito de toda a evolução no contexto socioeconômico brasileiro. Propostas de um novo código tramitam há muitos anos, sem que haja consenso entre as partes envolvidas, prejudicando (quando não paralisando por inúmeras vezes) a concessão de títulos minerários, e estancando toda a cadeia econômica subsequente – construção civil, metalurgia e outros.
Tais situações acarretaram queda da capacidade de gerir adequadamente o Setor da Mineração Brasileira, muito embora, neste período, o DNPM nunca tenha deixado de cumprir a sua missão de outorgar títulos minerários, arrecadar royalties, produzir estatísticas oficiais e fiscalizar o setor.
É preciso muita luta por um serviço público digno, justo, ágil e competente. Buscamos o apoio da população, em especial do público diretamente envolvido com o Setor Mineral, para lutar conosco nesta causa e reverter o atual quadro de abandono e sucateamento do DNPM.
Por último, contamos com o apoio de todos. Converse com os seus pares. Compartilhe nossas publicações e manifestações. Cobre dos políticos um posicionamento sério. As mudanças virão se as autoridades brasileiras do Executivo e do Legislativo realmente se empenharem para mudar o atual cenário da gestão do Setor Mineral Brasileiro.
Assinam esta carta os servidores do DNPM de São Paulo, indignados e fartos desta situação.

NÃO AO SUCATEAMENTO DO DNPM
POR MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHO NA AUTARQUIA
CONCURSO IMEDIATO PARA RENOVAÇÃO DO QUADRO FUNCIONAL DO DNPM
PELA CRIAÇÃO URGENTE DA AGÊNCIA REGULADORA DO SETOR MINERAL BRASILEIRO
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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Relator quer votar novo Código de Mineração em 9 de dezembro

Leonardo Quintão colheu sugestões de deputados da comissão externa que acompanha os desdobramentos do acidente com a barragem da mineradora Samarco em Mariana (MG)
O relator do novo Código de Mineração (PLs 37/115807/13 e outros), deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), quer votar a proposta no dia 9 de dezembro. Ele está colhendo sugestões para um novo parecer, que apresentará oficialmente direto no Plenário da Câmara.
Nesta quinta-feira (26), Quintão discutiu o texto com os deputados da comissão externa que acompanha os desdobramentos do acidente com a barragem da mineradora Samarco em Mariana (MG). O colegiado espera que o novo parecer contribua para evitar que casos como esse se repitam.
Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Reunião Ordinária. Dep. Leonardo Quintão (PMDB-MG)
Leonardo Quintão: tragédia em Minas Gerais e no Espírito Santo dá mais força política para colocar a matéria na pauta do Plenário
Leonardo Quintão avalia que a tragédia em Minas Gerais e no Espírito Santo dá condição e força política para votar o novo código de mineração, pronto para votação desde 2013. Entre os avanços da proposta, o deputado aponta a criação de um fundo composto de 2% da Compensação Financeira sobre Produtos Minerais (Cefem) – o que pode somar em torno de R$ 100 milhões por ano.
Quintão propôs também a exigência de um seguro geral, além do seguro ambiental, a ser contratado pelas mineradoras e, assim, garantir o atendimento à população afetada em caso de acidentes.
Samarco
No caso específico da recuperação da bacia do Rio Doce, o relator defende que a mineradora Samarco arque com os custos de retirada dos rejeitos do leito do rio, cerca de 60 milhões de toneladas.
"Essa tragédia de Mariana vai consumir recursos da ordem de R$ 20 a 30 bilhões . A Samarco e as suas controladoras terão de bancar essa recomposição humana, pública e ambiental", afirmou.
Fiscalização
A legislação atual, segundo Quintão, é frágil e o órgão regulador do setor – o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) - não tem estrutura para fiscalização. Pela proposta em análise na Câmara, O DNPM se tornará uma agência reguladora com orçamento dez vezes maior.
"Os órgãos públicos hoje não têm estrutura física, humana, nem orçamentária para executar o que a lei determina. Os órgãos de fiscalização no Brasil estão todos sucateados; precisamos reforçar o DNPM”, declarou.
Cefem
No texto que apresentará ao Plenário, Leonardo Quintão deve prever também o tratamento das barragens e um plano de contingenciamento no caso de acidentes. O projeto dispõe, ainda, sobre a divisão da Cefem entre municípios afetados pela mineração.
Quintão sugeriu reuniões das bancadas de Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Pará e Goiás para que os deputados decidam qual será alíquota da Cefem para minério de ferro proposta no código.
O relator disse que vai conversar pessoalmente com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, para incluir a matéria na pauta do Plenário do dia 9 de dezembro.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem – Geórgia Moraes
Edição – Marcelo Oliveira
Fonte:
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/MEIO-AMBIENTE/500773-RELATOR-QUER-VOTAR-NOVO-CODIGO-DE-MINERACAO-EM-9-DE-DEZEMBRO.html
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