terça-feira, 29 de outubro de 2013

Marco regulatório da mineração vai a votação com alterações

Relator fez quatro mudanças no texto enviado pelo governo e que está previsto para ir ao plenário da Câmara na semana que vem. Editais de concessão já trarão regras ambientais

Publicação: 29/10/2013 06:00 Atualização: 29/10/2013 07:37

Votação do projeto de lei no plenário da Câmara dos Deputados está marcada para 6 de novembro

 (Lúcio bernardo Júnior/Agência Câmara)
Votação do projeto de lei no plenário da Câmara dos Deputados está marcada para 6 de novembro
O texto elaborado pelo Palácio do Planalto para servir como base do novo Marco Regulatório da Mineração passará por pelo menos quatro mudanças ao ser votado, na semana que vem, pela comissão especial criada para debater as regras do setor mineral. Entre as alterações estão a inclusão de regras ambientais determinadas por lei já no lançamento dos editais de concessão para a exploração. As empresas assumiriam compromissos financeiros para garantir os reparos ambientais nos locais explorados. Foram confirmadas mudanças nos valores de multas cobradas das empresas que não seguirem a lei – reduzidas de R$ 10 mil para R$ 1 mil –; a destinação de 10% da arrecadação com os royalties do minério para municípios não produtores, mas que são afetados de alguma forma; e o prazo de 40 anos das concessões para qualquer tipo de produção mineral. 
A votação do projeto que está sendo relatado pelo deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG) está marcada para 6 de novembro, mas vai depender da apreciação do marco civil da internet, que tranca a pauta a partir de hoje. O relator pretende alterar no texto o item que determina o prazo para exploração das jazidas, determinando para todas os tipos de minérios extraídos no país,um período de 40 anos, podendo ser prorrogado por 20. 

“O governo mandou prazos diferenciados para as formas de concessão. Para os materiais agregados da construção civil, esse período seria menor. Por isso, existe uma demanda para que todos os tipos de exploração tenham um só prazo”, explicou o presidente da comissão, deputado Gabriel Guimarães (PT-MG). No texto original, alguns tipos de minério, como a areia e brita, teriam prazo de exploração de 10 anos, com prorrogação por 10.

A reserva de 10% do total arrecadado com os royalties da mineração para cidades afetadas de alguma forma pela atividade, com ferrovias ou rodovias atravessando seus limites ou impactadas por barragens de descarte do processo, foi apontada pelo relator como forma de distribuir a riqueza nos estados explorados. Segundo Guimarães, a ideia é retirar parte da arrecadação da União, estados e municípios produtores para garantir a compensação a esses municípios. Depois de passar pela comissão especial, o projeto será apreciado pela Câmara e Senado. As regras substituirão o código atual, feito em 1967.
 
INFRAÇÕES Outra mudança prevista pelo relator no texto original do marco regulatório reduzirá a multa aplicada pela fiscalização a quem descumprir as leis do setor. No texto enviado pelo governo federal, o valor mínimo a ser pago pelas empresas era de R$ 10 mil. Com a alteração, ele cai para R$ 1 mil. Quintão explicou que o objetivo é evitar que multas inviabilizem a produção de pequenos mineradores. Ele afirmou também que, ao contrário do que é feito hoje, com a aplicação de multas em caso de confirmação de que as regras foram desrespeitadas, o novo marco deverá propor que primeiro seja feita uma autuação, alertando a empresa sobre a infração. “A lei tem que ser educativa primeiro, para depois ser punitiva”, disse o relator. 

Já as alterações na alíquota paga pelas empresas por meio da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) – passará de 2% para até 4% –; a cobrança sobre o faturamento bruto das empresas – não mais incidindo sobre o faturamento líquido –; e a criação da Agência Nacional da Mineração (ANM), que substituirá o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) na fiscalização do setor, são itens que devem ser mantidos no novo código. Tais mudanças deverão triplicar a arrecadação de estados e municípios mineradores a partir do ano que vem. Até setembro, os royalties da mineração renderam um total de R$ 1,9 bilhão. 

COMO FICOU

Mudou

» Prazo de concessão de 40 anos, podendo ser prorrogado por 20, para todos os tipos de exploração mineral.
» Redução no valor mínimo das multas cobradas de empresas que não cumprirem as regras do novo código, passando de R$ 10 mil para R$ 1 mil. 
» Reserva de 10% da arrecadação da Cfem, os chamados royalties do minério, para municípios não produtores, mas que são afetados pela atividade. 
» Garantias ambientais determinadas por lei nos editais de concessão mineral. 

Manteve 
» Criação da Agência Nacional de Mineração (ANM), órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia. 
» Criação do Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM), órgão vinculado à Presidência da República. 
» Alteração na alíquota da Cfem, de 2% para até 4%. O valor passa a incidir sobre o faturamento bruto das empresas.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Comissão quer votar Código de Mineração na semana do dia 6 de novembro


A comitiva será recebida pelos integrantes da comissão especial

 24 Outubro de 2013 - 10:50

Foto: Ginny Morais
Comissão especial do novo Código de Mineração realiza audiência em Marabá.
Comissão especial do novo Código de Mineração realiza audiência em Marabá.
O relator da comissão especial que analisa o novo Código de Mineração (PLs 37/11 e 5807/13), deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), disse que a proposta será votada pelo colegiado na semana do dia 6 de novembro.
A previsão inicial era de a comissão votar o projeto no dia 15 de outubro, mas, de acordo com Quintão, foi necessário ampliar o debate sobre o código.
A votação em Plenário vai depender do calendário de votação do marco civil da internet (PL 2126/11), que passará a trancar a pauta a partir da próxima segunda-feira (28). O líder governista, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que o governo não está preocupado com o cronograma de votação do novo Código de Mineração.
Audiência no Pará
Integrantes da comissão especial estão em Marabá, no Pará, para discutir a proposta. O texto estabelece o novo marco regulatório do setor e aumenta a alíquota da Contribuição Financeira sobre Exploração Mineral (Cfem), que é paga pelas empresas que atuam no setor a título de royalties pela exploração dos recursos. Pelo novo texto, a alíquota máxima passará dos atuais 2% para 4%, incidindo sobre a renda bruta das empresas e não mais sobre o faturamento líquido.
Durante a audiência, representantes dos municípios de Parauapebas, Marabá e Canaã dos Carajás, líderes de produção de minério no Pará, anunciaram que estarão em Brasília na próxima quarta-feira (30). A viagem tem o objetivo de apresentar formalmente as reivindicações da região para a proposta do novo Código de Mineração.
A comitiva será recebida pelos integrantes da comissão especial. Entre as reivindicações da região, está a de que parte da produção mineral seja industrializada localmente, para gerar emprego e renda. Há propostas de que essa cota seja de 30%.
José Neto Feitosa, presidente da Câmara de Vereadores de Parauapebas, criticou que a discussão sobre o novo marco legal do setor mineral só tenha vindo para a região no final do processo na Câmara. Parauapebas abriga a maior mina aberta de minério de ferro do mundo, explorada pela Vale.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Marco da mineração será apresentado até o dia 6

PROJETO

Marco da mineração será apresentado até o dia 6  

Proposta chegou à Câmara em junho com pedido de urgência do governo

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A-G02AN
Debate. Deputado Gabriel Guimarães preside comissão sobre o PL
PUBLICADO EM 22/10/13 - 04h00
Inicialmente marcado para o último dia 15, o relatório da Câmara sobre o projeto de lei 5807/2013, que propõe um novo marco legal para a mineração, deverá ser apresentado até o próximo dia 6. Depois disso, o documento, que já recebeu mais de 400 emendas parlamentares, seguirá para apreciação do Senado.

A proposta chegou à Câmara em junho, com pedido de urgência constitucional – o que obrigava os deputados a votá-la em até 45 dias sobe pena de trancar a pauta de votação da Câmara. No final de setembro, o Executivo retirou o pedido de urgência para destrancar a pauta, aceitando o compromisso dos deputados de que o novo código fosse votado até o dia 15 de outubro.
Ontem, o presidente da comissão especial, criada especificamente para análise dessa matéria, deputado Gabriel Guimarães (PT-MG) e o relator, deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), visitaram a sede da CBMM, em Araxá, no Triângulo. A empresa é a maior produtora de nióbio do planeta, responsável por 80% da produção mundial. Segundo o deputado, a visita teve o objetivo de ouvir todas as partes do processo de mineração e finalizar a elaboração do relatório.
Entre as principais propostas contidas no plano estão a alteração da alíquota da Cfem (royalties do minério), dos atuais 2% do faturamento líquido para uma média de 4% do faturamento bruto, a transformação do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) em uma agência reguladora e a criação de um Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM), para a formulação de uma política estratégica para utilização dos recursos minerais.