quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Polêmicas marcam a reapresentação do relatório do novo Código de Mineração

A votação do relatório final foi adiada para 22 ou 23 de setembro.
Polêmicas marcaram a reapresentação do relatório do novo Código de Mineração (projetos de lei 5807/13, 37/11 e outros) e votação é adiada para setembro. O parecer do deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), chegou a ser apresentado em abril de 2014, mas não houve consenso para aprová-lo, em comissão especial, na legislatura passada.
O colegiado foi reinstalado neste ano, inclusive com novos deputados que exigem, agora, mais discussão sobre o tema.
Quintão apresentou outro relatório preliminar, nesta quarta-feira, com algumas alterações em relação ao texto anterior. Uma delas traz uma tabela de alíquotas da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), específica para o minério de ferro, que é a principal matéria-prima exportada pelo setor no Brasil.
O relator cobrou pressa na votação do marco regulatório da mineração. "São várias as inovações que colocamos no relatório para ajudar (na aprovação). O que não pode é não votar o relatório. Queremos votar para termos uma lei estável no País, para garantir investimentos e, consequentemente, centenas de milhares de empregos serão criados."
Agência de Mineração 
Leonardo Quintão avaliou que a criação da Agência Nacional de Mineração é o ponto principal do novo código. Pelo texto, caberá à agência reguladora substituir, inclusive com a estrutura administrativa adequada, as atuais atribuições do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
O relator ressaltou que, entre outros pontos, o novo código vai tirar os pequenos mineradores da ilegalidade, garantir aporte financeiro para os municípios impactados pela mineração e dinamizar o setor, que hoje tem cerca de 70 mil projetos paralisados por insegurança jurídica ou inoperância do DNPM.
Já o deputado Padre João (PT-MG) pediu cautela na tramitação e mais debate sobre o tema. Ele citou algumas preocupações que considera que perduram: “as questões ambientais; o comprometimento no abastecimento de água; o conflito com outras atividades importantes, como a da agricultura familiar; os interesses dos povos tradicionais. Não podemos achar que (a mineração) vai aumentar o PIB e é a salvação para a crise. Temos que ter responsabilidade com esta geração e, sobretudo, com as gerações futuras".
Indígenas e quilombolas
O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Sarney Filho (PV-MA), também reclamou de artigos que, segundo ele, colocam a mineração acima dos interesses das unidades de conservação ambiental e de terras indígenas e quilombolas.
Na reunião desta quarta-feira, manifestantes da Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale e do Comitê Nacional em Defesa dos Territórios frente à Mineração protestaram contra o novo código e acusaram alguns parlamentares de estarem a serviço de empresas mineradoras que teriam doado recursos para campanhas eleitorais.
O relator lembrou que, desde a primeira versão do texto, atendeu várias demandas dos movimentos socioambientais, dos trabalhadores e dos empresários do setor, que participaram das diversas audiências públicas promovidas na legislatura passada.
Quintão lembrou que no relatório estão incluídos: a criação de conselhos de representação da sociedade e do setor produtivo para acompanhar a aplicação dos recursos da Cfem; e a obrigatoriedade para que estados e municípios prestem contas, pela internet, da destinação dada aos recursos recebidos da Cfem.
Votação
O coordenador da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Marcos Montes (PSD-MG), considera que a decisão das divergências e polêmicas deve sair no voto. "O relatório, com toda certeza, espelha o que a sociedade quer. As divergências são naturais e democráticas. Inclusive essa matéria de exploração mineral em terras indígenas tramita nesta Casa há muitos anos. O que não podemos é postergar a discussão. Já fizemos exaustivas audiências públicas e as divergências continuarão."
A fim de abrir espaço para o consenso possível, o presidente da comissão especial, deputado Gabriel Guimarães (PT-MG), adiou a votação do relatório final para 22 ou 23 de setembro. Até lá, poderão ocorrer novas audiências públicas e negociações em torno do atual relatório preliminar.


ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

  • PL-37/2011
  • PL-5807/2013
  • Relatório Preliminar http: http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-temporarias/especiais/55a-legislatura/pl-0037-11-mineracao/documentos/outros-documentos/TramitacaoPL372011.pdf

Reportagem - José Carlos Oliveira
Edição – Regina Céli Assumpção

Fonte: 
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/INDUSTRIA-E-COMERCIO/494784-POLEMICAS-MARCAM-A-REAPRESENTACAO-DO-RELATORIO-DO-NOVO-CODIGO-DE-MINERACAO.html?utm_campaign=boletim&utm_source=agencia&utm_medium=email
A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Governo e Congresso começam a debater agenda pós ajuste fiscal


Na semana passada, Levy disse que é preciso "conversa, paciência e persistência" para votar o projeto de lei que reverte parte das desonerações da folha de pagamento

Enviar por e-mail
Imprimir
Aumentar letra
Diminur letra
Fonte Normal
Durante o almoço com a Frente Parlamentar Agropecuária, Joaquim Levy pediu cautela para o uso dos de
Levy, por sua vez, reconheceu que a medida "é um sacrifício" para as empresas, mas ponderou que a situação econômica do país "é séria"
PUBLICADO EM 10/08/15 - 18h22

O ministro Joaquim Levy (Fazenda) discutiu com lideranças do governo e do PMDB, nesta segunda-feira (10), uma agenda para a retomada do crescimento do país após o ajuste fiscal.

O encontro foi na residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Entre os assuntos abordados, o governo estuda medidas para alterar as regras de parcerias público-privadas, o marco regulatório da mineração, um marco jurídico para as terras indígenas e maior agilidade em obras de infraestrutura do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Também está em estudo a regulamentação de um ambiente institucional de trabalhadores terceirizados e de regras que reduzam os gastos do SUS (Sistema único de Saúde).
"Há convergência no sentido de encontrar uma pauta de longo prazo, que a gente sabe que é necessária para a economia, para olhar não só para este momento, mas pra onde a gente quer ir", disse Levy.
Além de Levy e Calheiros, participaram do encontro os ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Edinho Silva (Comunicação Social) e os senadores Romero Jucá (PMDB-AL) e Eunício Oliveira (PMDB-CE).
AJUSTE
Na semana passada, Levy disse que é preciso "conversa, paciência e persistência" para votar o projeto de lei que reverte parte das desonerações da folha de pagamento, última medida do ajuste fiscal que ainda precisa passar pelo Congresso.
O PL (projeto de lei) já passou pela Câmara mas ainda não foi votado pelo Senado, o que o coloca no rol das "pautas-bomba", com potencial de gerar forte impacto nas contas do governo.
Na terça-feira (4), Calheiros afirmou que tem adiado a votação porque o projeto "agravaria a recessão e o desemprego".
Levy, por sua vez, reconheceu que a medida "é um sacrifício" para as empresas, mas ponderou que a situação econômica do país "é séria".
"A gente tem que ter tranquilidade e firmeza para continuar o diálogo para alcançar o que o Brasil precisa", declarou, após dizer que "quem faz a pauta" é o Senado.

Fonte: http://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%ADtica/governo-e-congresso-come%C3%A7am-a-debater-agenda-p%C3%B3s-ajuste-fiscal-1.1082993