Para o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Paulo Camillo Penna, o governo não quer encaminhar o projeto de maneira apressada. "É possível perceber que o assunto tem sido tratado de maneira cautelosa", acredita. Ele também destaca que o problema não está na cobrança de royalties - que no setor é feita através da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) -, mas na distribuição dessas cifras.
Recentemente, o presidente da mineradora, Murilo Ferreira, participou de uma audiência pública das comissões de Infraestrutura e de Assuntos Econômicos do Senado para tratar das mudanças na cobrança da CFEM. O executivo afirmou que o aumento dos royalties sobre o setor de mineração poderá prejudicar a competitividade do País no mercado internacional. Hoje a CFEM gira em torno de 0,2% a 3%, e, com o novo marco regulatório, poderá chegar a 6%, dependendo do minério a ser explorado.
Para o geólogo e consultor do Ibram, Luciano Borges, a forma como o governo tem anunciado o novo código de mineração gera incertezas no setor. "Toda e qualquer repressão à possibilidade de ganhos, como o aumento de royalties, pode inibir o mercado", acredita. Ele complementa que muitas empresas ficam receosas de investir na mineração do Brasil dada a indefinição do marco.
Segundo o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Claudio Scliar, o novo código de mineração propõe um conjunto de mudanças em três projetos de lei que estão sendo finalizados pelo governo. Um deles cria o Conselho Nacional de Política Mineral e propõe uma série de mudanças na concessão mineral, outro propõe a criação da Agência Nacional de Mineração (ANM) e o terceiro se refere a mudanças na CFEM.
Entre uma incerteza e outra, a promessa do governo é que o novo marco regulatório deve sair ainda no início deste ano. Enquanto isso, o presidente do Ibram afirma que o setor mineral, no Brasil, é um dos mais prejudicados pela alta tributação sobre a atividade. Para ele, o governo não deverá taxar ainda mais as mineradoras. "Não acredito que esse seja o caminho tomado pelo novo código", diz Penna.
Fonte: http://www.dci.com.br/Impasse-sobre-novo-marco-regulatorio-trava-a-aprovacao-1-404195.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário