quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

PIB, trem-bala, Selic: confira previsões furadas da Economia

No início de 2011 órgãos e especialistas previram alguns acontecimentos em relação à economia no Brasil e no mundo, no entanto, nem todas se concretizaram e se tornaram decepções. Confira as principais:

Trem-Bala
Um exemplo no Brasil foram os acontecimentos que cercaram a realização do leilão para a construção do Trem de Alta Velocidade (TAV), que pretende ligar as cidades de Campinas e Rio de Janeiro, passando por São Paulo. A obra está orçada em cerca de R$ 34 bilhões e foi pensada para auxiliar na infraestrutura de transportes do País já nas competições esportivas como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
No início do ano, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), órgão governamental responsável pela licitação, previu que não haveria novos adiamentos no processo licitatório, marcado para 29 de abril, visto que em dezembro houve um adiamento pedido pelas empresas para poderem melhor avaliar as propostas. Segundo a agência, pelo menos três consórcios disputariam o leilão.
Porém, novamente as empresas pediram mais tempo, e na nova data remarcada, 29 de junho, não houve companhias interessadas.
A ANTT e o Ministério dos Transportes resolveram, então, alterar o modelo de licitação do TAV, organizando-o em duas etapas, a terem início em fevereiro de 2012 - segundo a última previsão.
Taxa Selic
Outra previsão que não se concretizou foi em relação à taxa básica de juros (Selic). O relatório Focus do Banco Central (BC), que reúne as projeções dos agentes do mercado em relação à economia, divulgou que a Selic deveria fechar 2011 em 12,25%, até pelas estimativas de alta da inflação no País.
Na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC do ano houve um aumento de 0,5 ponto percentual, para 11,25%, seguidas por outras quatro elevações que levaram a taxa a 12,50%. Porém, a partir da reunião do Copom de agosto, se iniciou um processo de queda da Selic, que a levou a 11% na última reunião do Copom em novembro, 1,25 ponto percentual abaixo da estimativa do relatório Focus.
PIB 2011
Em março, após a divulgação do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 7,5% em 2010, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a presidente Dilma Rousseff afirmou que 2011 não teria um resultado tão positivo, no entanto, que a economia do País ainda assim cresceria entre 4,5% e 5% "tranquilamente".
Outro que projetou o aumento do PIB brasileiro em 4,5% foi o Fundo Monetário Internacional (FMI) no relatório Perspectiva Econômica Mundial, divulgado em abril.
No entanto, o cenário verificado neste final de ano é de crescimento inferior. O PIB no terceiro trimestre ficou estagnado em relação aos três meses anteriores, segundo o IBGE. Nos últimos 12 meses, a economia brasileira cresceu 3,7%. O BC, por meio de relatório divulgado em 19 de dezembro também previu crescimento menor do PIB, 2,92%. Já entidades do setor industrial, como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) projetaram, no último mês do ano, crescimentos do PIB ainda menores: de 2,6% e 2,8% em 2011, respectivamente.
Crise Europeia
No início do ano, quando a crise na Europa se resumia basicamente à Grécia, e, inclusive, com um pacote de ajuda do FMI e Banco Central Europeu (BCE) já aprovado desde o segundo semestre de 2010 de 110 bilhões de euros para Atenas, autoridades europeias e executivos de bancos afirmaram no Fórum Econômico Mundial, em Davos, que o pior da crise já havia passado.
Entre as autoridades estavam a então ministra da Economia da França e atual diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, o ministro alemão das finanças, Wolfgang Schaeuble, e o presidente executivo do banco Barclays. Lagarde chegou a dizer no painel: "acho que a zona do euro virou a página".
No entanto, ao longo do ano, outros países europeus passaram por problemas fiscais, como a Itália, que trocou seu primeiro-ministro, além de Portugal e Espanha. O agravamento da crise chegou a tal ponto que já se discute na Europa o fim da união monetária, ou a saída de alguns países da zona do euro.
Mineração
Desde o ano passado, o governo federal, por meio dos Ministérios de Minas e Energia e da Fazenda, tenta elaborar projetos de lei para encaminhar ao Congresso que regulamentem o setor de mineração. Entre as propostas, a que mais tem gerado discussão é o aumento dos royalties pagos pelo setor, de forma a ficar mais semelhante ao cobrado em outros países, no entanto, aliado à diminuição de alguns tributos. Na Austrália, por exemplo, o royalty do ouro industrial é de 3%, enquanto que no Brasil, 1%. Outra proposta prevê a criação de uma agência reguladora da mineração e o Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM).
Desde o início do ano, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, vem prometendo prazos para o envio do projeto ao Congresso. Em janeiro, dias após a posse da presidente Dilma Rousseff, Lobão chegou a afirmar que seria encaminhado ainda no primeiro semestre. Menos de um mês depois, o ministro disse que em março o Legislativo já teria o projeto para apreciação. Já em junho, Lobão disse que em 30 dias o projeto enfim seria enviado ao Congresso, mas, novamente, nada aconteceu, assim como em todo o segundo semestre. E o projeto de regulação do setor de mineração ficou mesmo para 2012.


Fonte: http://noticias.terra.com.br/retrospectiva/2011/noticias/0,,OI5528853-EI19313,00-PIB+trembala+Selic+confira+previsoes+furadas+da+Economia.html

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